Circunavegações brasileiras
Quatro foram as viagens de circunavegação empreendidas por navios de guerra brasileiros, em 1879-81, 1888-90, 1892 e 1906-08. Exceto a terceira, por haver o navio naufragado no Mar Vermelho, todas foram bem sucedidas.
Fez a primeira viagem a corveta Vital de Oliveira, sob o comando do Capitão de Fragata Júlio César de Noronha. Fez a segunda o navio mixto, classificado como cruzador, Almirante Barroso, sob o comando do Capitão de Mar e Guerra Custódio José de Melo. Empreendeu a terceira êsse mesmo navio, sob o comando do Capitão de Fragata Joaquim Marques Batista de Leão. Finalmente, fez a quarta viagem o navio-escola Benjamim Constant, sob o comando do Capitão de Fragata Antônio Coutinho Gomes Pereira.
A corveta Vital de Oliveira fora construída no Arsenal de Marinha da Corte (Rio de Janeiro). Posta no estaleiro a 14 de Março de 1863, lançaram-na ao mar a 21 de Março de 1867. O plano do navio era de Napoleão Level e o da máquina dos engenheiros Matos e Braconnot.
Navio mixto, de madeira, tinha de comprimento 66m66; bôca, 11m22; calado à ré, 4m4; calado a vante, 3m9. Deslocava 1.424.432 T.M. Era armado de 8 peças com 32 W., 2 peças com 9; 1 peça com 2,5. Máquina: fôrça nominal, 200 cavalos; 2 cilindros; 86 rotações. Quatro caldeiras de forma retangular; pressão em quilos por centímetro quadrado, 1.515. Uma hélice. Velocidade, 8’5. Combustível, 150 tons. Tripulação: 273 praças em tempo de paz e 300 em tempo de guerra.
A corveta Vital de Oliveira teve a princípio o nome de Guanabara. Oito dias depois de haver sido lançada ao mar, foi nomeado, por Aviso de 29 de Março de 1867, o seu primeiro comandante, Capitão-Tenente Antonio Luiz von Hoonholtz.
A 19 de Novembro de 1879, a corveta Vital de Oliveira deixou o pôrto do Rio de Janeiro, regressando a 24 de Janeiro de 1881. Tocou nos portos seguintes: Lisboa, Toulon, Malta, Suez, Aden, Gales, Singapura, Hong-Kong, Nagasaki, Yokoama, S. Francisco, Acapulco, Valparaiso, Port-Otway, Punta Arenas, Montevidéu.
Tocando em Toulon, aí recebeu a Missão Especial Brasileira à China, constituída do Chefe de Divisão Artur Silveira da Mota, Dr. Eduardo Calado, um secretário, dois adidos militares, sendo um dêles o Capitão-Tenente Luis Felipe de Saldanha da Gama, e um intérprete.
Existe um valioso documento dessa circunavegação, traçado pelo Capitão de Fragata Júlio César de Noronha, ilustre comandante da Vital de Oliveira. Esse documento tem o título Relatório da Viagem de Circunavegação da Corveta “Vital de Oliveira” e pode ler-se nos vols, I, Il e III, anos de 1881 e 1882, da Revista Maritima Brasileira.
Constituiam a oficialidade da corveta: Capitão-Tenente, Imediato, Francisco Félix da Fonseca Pereira Pinto; oficiais do Corpo da Armada, Primeiros Tenentes João Carlos da Fonseca Pereira Pinto, Alexandrino Faria de Alencar, Duarte Huet de Bacelar Pinto Guedes, António Gonçalves Rosa, Joaquim Diniz Cordeiro, Henrique Cristiano Braune, José Pereira Guimarães, Artur da Serra Pinto, Francisco dos Santos Mata, José Martins de Toledo e Artur Indio do Brasil e Silva; Segundos Tenentes Lindolfo Malveiro da Mota, Antonio de Sousa Reis, Francisco Mariani Wanderley, Romão Valdemar de Aguiar, Henrique Alves Pinto Bastos e João de Perouse Pontes.
O cruzador Almirante Barroso, que fez a segunda circunavegação, partiu do Rio de Janeiro a 27 de Outubro de 1888, regressando a 29 de Julho de 1890, às 11 horas, tendo navegado 36.691 milhas e tocado nos portos seguintes: Montevidéu, Buenos Aires, Punta Arenas, Valparaiso, Sidney, Yokoama, Nagasaki, Shangai, Hong-Kong, Singapura, Batávia, Atjeh, Colombo, Bombaim, Aden, Djeddah, Suez, Port-Said, Alexandria, Nápoles, Toulon, Barcelona, Gibraltar e Baia.
O cruzador Almirante Barroso foi um navio integralmente brasileiro: planos de engenheiros nossos, madeiras do país, ferro de Ipanema e operários nacionais.
Navio mixto, classificado como cruzador de segunda classe, tinha o casco de madeira. Comprimento, 71m. Bôca, 11m33. Calado à ré, 5m20. Calado a vante, 5m. Armado de 8 canhões Armstrong de 30 calibres e 4 metralhadoras Nordenfeldt. Deslocamento, 1.960 toneladas métricas. Máquina: fôrça nominal, 2.200 cv. indicados; 3 cilindros; 85 rotações em média. Uma hélice. Velocidade média, 10’72.
Foi autor do plano do navio o Engenheiro Naval J. Cândido Brasil e do plano da máquina, muito louvado, M. J. Alves Barbosa, tambem Engenheiro Naval. Construção iniciada a 1 de Março de 1880, nos estaleiros do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Lançado ao mar a 17 de Abril de 1882, elevando-se o seu custo, nessa ocasião, a 790:000$000. Fôra, ultimamente, artilhado com 6 canhões Whitworth 70, em bateria, à barbeta, um rodizio à proa e 6 metralhadoras Nordenfeldt, distribuidas pelo tombadilho e castelo. Sua máquina foi fabricada com o nosso ferro Ipanema.
O cruzador Almirante Barroso era mastreado a corveta, com a superficie vélica de 1.625m2. Tinha boas acomodações. Os paióis podiam conter mantimentos para 300 praças em 90 dias e os tanques de aguada o necessário para 25 dias de viagem. Possuia dois distiladores, capazes de produzir 3.000 litros por dia. As carvoeiras comportavam carvão necessário a 7 dias de navegação a toda fôrça, podendo o navio percorrer 2.100 milhas. Tinha um cabrestante, movido a vapor.
O Capitão de Mar e Guerra Custódio de Melo, terminada a viagem, publicou uma obra sob o título Vinte e um meses ao redor do Planeta (Descrição da viagem de circunavegação do Almirante Barroso) – Capital Federal, 1896 – Cunha & Irmão, Editores. Essa obra teve larga divulgação, apresentando-se alentada e minuciosa, com mais de 400 páginas.
Eis a relação da oficialidade e da tripulação que fez a segunda viagem de circunavegação: Capitão de Fragata Joaquim Marques Batista de Leão; Primeiros Tenentes: Candido dos Santos Lara, Lindolfo Malveiro da Mota, José Frutuoso Monteiro da Silva, José Augusto Armelim e Carlos de Castilho Midosi.
Segundos Tenentes: Virtulino de Magalhães Moreira Sampaio, Alberto Carlos da Rocha, Bernardo Silveira de Miranda, Francisco Nobre, José Marques da Rocha, Carino de Sousa Franco, Américo Brasilio Silvado, Caio de Vasconcelos, Teodorico Machado Dutra, Antonio Júlio de Oliveira Sampaio, João Augusto dos Santos Pórto, Raul Fernandes, Rodolfo Lopes da Cruz, Manoel Acioli Pereira Franco, Altino Flávio de Miranda Corrêa, Pelágio Daltro Dantas, Narciso do Prado Carvalho, José Maria da Fonseca Neves, Augusto Teotônio Pereira, Delfino Lorena, Artur Lopes de Melo, Alipio Mursa, Tancredo Burlamaqui de Moura, Augusto Leopoldo (ficou em Colombo) e Antonio Acioli de Magalhaes Castro.
Guardas-Marinha: Luis Timóteo Pereira da Rosa, Henrique Boiteux, Fonseca Rodrigues, Teófilo Nolasco de Almeida, Fernando Pinto Ribeiro, Alberto Carlos da Cunha, Tranquilino de Alcântara Diogo, Moura Rangel e Carlos Augusto Camisão de Melo.
Médicos: Primeiros Tenentes Henrique Reis e Joaquim Dias Laranjeira.
Farmacêutico: Primeiro Tenente Manoel Jorge da Paixão.
Comissário: Segundo Tenente Joao Teixeira de Carvalho Júnior.
Maquinistas: Segundos Tenentes Francisco de Assis Camelier e Nicolau Jose Marques.
Maquinistas de 3° classe: Ernestino Moura, João José de Paiva, Julianete Alves de Moura (faleceu em viagem) e Francisco Braz de Cerqueira e Sousa.
Maquinistas de 4ª classe: Manoel Isaias dos Reis Lobo, Bartolomeu Caetano Fontes, Antonio Rodrigues Pereira e Carlos Artur da Costa Bastos.
Praticantes: Joaquim Corrêa Dias, Luis Gonzaga Júnior, Dagoberto Pais Leme, Manoel Dias Braga, Tomaz Pinheiro dos Santos e Eduardo Corrêa da Silva.
Entre os oficiais se achava o Principe Augusto Leopoldo, neto de D. Pedro II, filho do Duque de Saxe e da Princesa Leopoldina, desembarcado em Colombo por haver sido proclamada a República no Brasil.
O Guarda-Marinha Teófilo Nolasco de Almeida, quando Primeiro Tenente, mais tarde lente catedrático da Escola Naval, escreveu um livro, sôbre essa mesma viagem, intitulado O “Almirante Barroso” à volta do Mundo – Rio de Janeiro, 1893. Do mesmo oficial, em 1918, apareceu um opúsculo – Pátria distante (Calvário de um Pavilhão), reunindo artigos que publicara anteriormente na imprensa.
A terceira viagem foi empreendida pelo mesmo Almirante Barroso, sob o comando do então Capitão de Fragata Joaquim Marques Batista de Leão, partindo do Rio de Janeiro a 7 de Abril de 1892.
O ilustre Almirante Henrique Boiteux, Primeiro Tenente nessa viagem, destacou das suas Reminiscências um largo trecho, divulgando-o em opúsculo, sob o título O naufrágio do cruzador-mixto “Almirante Barroso” (21 de Maio de 1893), Rio de Janeiro, 1929.
Relata que o cruzador partira em viagem de instrução a uma turma de guardas-marinha e que, de acôrdo com as instruções, deixado o porto de Recife, deveria ir a Barbados, S. Tomaz, New-Port, Nova-York, Cork, Plymouth, Lisboa, Alger, Malta, Pireu, Tarento, Nápoles, Spezia, Toulon, Malaga e Gibraltar, donde regressaria ao Brasil. Foram suprimidos os portos do norte e do Báltico, por haver neles aparecido o cólera; e não fôra o navio a Constantinopla, por montar “maior número de canhões do que os permitidos então pelo govêrno turco aos navios estrangeiros que pretendessem atravessar o estreito de Dardanelos”.
O Comandante Joaquim Marques Batista de Leão era consumado marinheiro, além de grande caráter. Sob êsse aspecto, o Almirante Henrique Boiteux nos transmite impressões a traços vigorosos, no trabalho a que nos referimos.
Achava-se o cruzador Almirante Barroso de retôrno ao porto de Toulon, de que saira e fôra acossado por grande temporal no golfo de Lyon, onde capeara galhardo, arribando com avarias em seguida à tormenta, quando recebeu ordem de aprestar-se para a viagem de circunavegação em que se perdeu.
Todos os oficiais foram substituidos, exceto o então Primeiro Tenente Henrique Boiteux, encarregado da navegação. O navio entrou no Mar Vermelho com prático a bordo. “Pouco depois da meia noite de 20 de Maio, pediu o prático para guinar – escreve aquele oficial – meia quarta para bombordo, visto haver o navio descaído um pouco do rumo seguido, a passar duas milhas dos bancos Morseby e John Felix, na costa arábica, e a cinco milhas de Ras Garib, na costa oposta. Verificado o rumo a seguir em demanda do farol As Raffi, deu ordem o comandante para segui-lo e, dirigindo-se da câmara ao passadiço, ainda na tolda, junto ao patamar da escada, perguntou ao prático se estava a bom caminho, ao que lhe respondeu aquele: All right, captain! Para desmentir tal afirmação, uma forte pancada do navio sôbre um escôlho foi sentida: era 1 li. 26m. da madrugada”.
Estava o navio encalhado. Foram inúteis as manobras para o desencalhe, aparecendo em seguida um grande veio d’água no fundo. A água entrava e ameaçava as fornalhas, temendo-se explosão nas caldeiras.
Em vista de tão grave perigo – escreve ainda o Almirante Boiteux – o Comandante Batista Leão ordenou “que fossem aliviadas as válvulas de segurança e dêste modo cessaram as máquinas de funcionar”. Estavam perdidas todas as esperanças de salvamento do navio.
Naufragado o Almirante Barroso em Ras Zeiti, procedeu-se ao abandono do navio, em perfeita ordem, acampando a tripulação na praia, não muito distante do cruzador sinistrado.
Eram os seguintes os oficiais do Almirante Barroso:
Capitão-Tenente Luis de Azevedo Cadaval, Imediato; Primeiros Tenentes: Ludgero Bento da Cunha Mota, Raimundo Ferreira do Vale, José Borges Leitão, Silvinato Freire de Moura, Francisco Maria dos Santos, Henrique Tedim Costa, Alfredo Pinto de Vasconcelos, Nicolau Possolo, Henrique Boiteux, Felinto Perri, Colatino Ferreira do Vale, Luis Lopes da Cruz; chefe de máquinas Antonio José Albernaz, e segundo Henrique Deriquehen; médicos Drs. Alvaro de Imbassai e João Pinto do Couto; farmacêutico Antonio C. de Silva Pimentel e comissário Antonio Luis de Miranda; ajudantes de máquinas Alfredo Ribeiro e Manoel Dias Braga; sub-ajudantes Geraldo de Moura, Tancredo Alves, Alberto de Freitas Sousa, João Batista Aranha, Manoel Pereira Lisboa, João de Deus Benites, João Frederico Haslan, Geraldino Coelho de Almeida e Leonardo Paulo de Faria.
A turma de guardas-marinha compunha-se de Carlos Agostinho de Castro, Artur Thompson, Flóreo de Matos Pitombo, Antonio Alves Ferreira da Silva, José de Figueiredo Costa, Severino de Oli-veira Maia, Francisco A. Machado da Silva, Otávio Luis Teixeira, Francisco Vieira Paim Pamplona, José Maria Penido, Miguel Augusto Dorat, Aristides Vieira Mascarenhas, Godofredo Esteves da Natividade, Júlio César de Noronha Santos, Manoel Ferreira de Lamare, Eduardo Orlando Ferreira, Heráclito da Graça Aranha, Honório de Lamare Koeler, Raul Oscar de Faria Ramos, Rodolfo Alvarim Costa, Pedro Vieira de Melo Pina e Alfredo Stelling.
O navio-escola Benjamim Constant, que fez a quarta viagem de circunavegação, partiu do Rio de Janeiro a 22 de Janeiro de 1908, sob o comando do Capitão de Fragata Antonio Coutinho Gomes Pereira. Tocou nos portos de Montevidéu, Punta Arenas, Talcahuano, Valparaiso, Callao, Honolulu, Yokoama, Nagasaki, Sasebo, Shangai, Hong-Kong, Singapura, Colombo, Aden, Suez, Ismailia, Alexandria, Nápoles, Spezia, Toulon, Gibraltar, Recife. No dia 16 de Dezembro de 1908 regressava ao pôrto do Rio de Janeiro, com pleno e brilhante sucesso no desempenho da árdua comissão.
O navio-escola Benjamim Constant, encomendado pelo Govêrno Provisório da República, foi construido nos estaleiros da Société des Forges et Chantiers de la Mediterranée e lançado ao mar, nas águas de Toulon, em 1892.
Era de aço o seu casco, com duplo fundo de madeira, forrado de chapas de cobre. Comprimento, 74 metros. Bôca, 13m90. Pontal, 8m30. Deslocamento, 2.750 toneladas. Calado a vante. 5m.; a ré, 6m.
Além das máquinas motoras, tinha as auxiliares seguintes: para o leme, manobra das âncoras, elevadores de munição, elevadores de cinza; para um guincho a vapor de içar escaleres; e para dois dinamos destinados à produção de energia elétrica. Carvoeiras com a capacidade para 260 toneladas de carvão. Paióis capazes de armazenar mantimentos para 380 praças durante 70 dias e água potável para 40 dias. Dois distiladores, podendo produzir 2.000 litros em 24 horas. Duas poderosas bombas Thirion, de esgotamento do porão, capazes de esgotar 400 toneladas d’água por hora.
Convés protegido por chapas de aço de 0m030 de espessura, na parte plana, e de 0m050 na parte curva. Casco dividido em grande número de compartimentos estanques, acima e abaixo do convés protetor. Tôrre de comando revestida de uma couraça de 0m080 de espessura.
Boas acomodações para o comandante, oficiais, guardas-marinha, sub-oficiais, inferiores e guarnição. Compartimentos, para fins diversos, convenientemente distribuidos e guarnecidos.
Mastreação de fragata com gáveas. Superficie vélica de 1.800 m2.
Armamento: 4 canhões de Om15 Armstrong, em barbetas, dois de cada bordo, sobre o castelo e o tombadilho; 8 canhões do mesmo tipo, de 0m12, em bateria, 2 canhões Nordenfeldt de 0m057, à popa e à proa; 12 metralhadoras de 0m017 e Om025. Ariete possante.
A 16 de Maio de 1893, na base medida, realizou o Benjamim Constant a sua primeira experiência; em oito percursos, com tiragem forçada, consumindo 47 kgs, de carvão por milha percorrida em cada hora, desenvolveu de 14 a 15,5 milhas.
Partiu de Toulon, onde fôra construido, a 18 de Junho de 1894, chegando ao Rio de Janeiro a 4 de Setembro dêsse mesmo ano, sob o comando do Capitão de Mar e Guerra Antonio Alves Câmara.
Fizeram a última viagem de circunavegação os seguintes oficiais e inferiores:
Capitão de Corveta Henrique de Albuquerque Feijó Júnior, Imediato; Capitães-Tenentes: Henrique Aristides Guilhem, Álvaro Nunes de Carvalho, Anibal do Amaral Gama, Manoel José Nogueira da Gama, Agenor Monteiro de Sousa, Heitor Xavier da Cunha e Marcolino Alves de Sousa; Primeiros Tenentes: Eulino Rosário Cardoso, Mário Alves de Sousa, Oscar Borba e Sousa, Oscar de Sousa Spinola, Otavio Tacito de Carvalho, Luis Coutinho Ferreira Pinto, Mario Pinheiro Coimbra, Luis Bulhões Vieira Barcelos, Alfredo Buarque Pinto Guimarães e Eugênio de Castro; Segundos Tenentes (turma de instrução): José G. Pacheco de Aragão, Flávio Figueiredo de Medeiros, Oscar Gomes Nora, Manoel Alves de Moura, Nelson Simas de Sousa, Raul Esnaty, Eugenio Moniz Freire, Afonso Celso de Ouro Preto, Anibal Correa de Matos. Jorge Hess de Melo, Sebastião Fernandes de Sousa, Guilherme Bastos Pereira das Neves, Radamanto Campo y Amoedo e Wan Tuyl P. da Silva Tôrres.
Comissários: Capitão-Tenente Alberto Greenhalgh Barreto e Segundo Tenente João Cavalcanti Caminha.
Maquinistas: Capitão de Corveta Manoel Augusto da Cunha Menezes; Primeiros Tenentes João Teixeira Cardoso e Maximiniano P. dos Santos; Segundos Tenentes Ismael Dias Braga, Firmino de Freitas, João Antonio Lopes e Pedro Paulo Pereira de Sousa.
Cirurgiões: Primeiros Tenentes Drs. Samuel Gomes do Prado e Firmino von Doelinger da Graça.
Farmacêutico: Primeiro Tenente Flavio Nelson.
Sub-Maquinistas: Luis Tireli, Rufino da Silva, Lafayette dos Santos Pinto, Odilon Teixeira de Campos, Oscar Rodrigues Seixas, Mario Duarte Hall e Paulo Neto dos Reys.
Oficiais inferiores da Armada – Mestre: Marcelino Militão Braga; Contra-Mestre: Agostinho Circundes de Carvalho; Guardiães: Antonio Henrique, João Laurindo da Silva, Firmino Simplicio Alves Pimentel e José Pinto; Enfermeiros de 2ª classe: Benvindo da Silva Ramos e Luiz Augusto de Matos Kelly; Carpinteiros: Antenógenes Francisco da Silva e Paulo Manoel da Boa Morte; Caldeireiro: Vitalino Correia de Sá; Armeiro de 1° classe: Jerônimo Marengo; Serralheiro de 2a classe: Antonio Tavares; Fiel de 1ª classe: Manoel Martins Beltrão.
O relatório da viagem de circunavegação do navio-escola Benjamim Constant foi publicado na Revista Maritima Brasileira, n. 11, Maio de 1909. Descreve a viagem lúcida e concisamente na primeira parte, em 71 páginas. Expõe, na segunda parte, a despesa feita. Trata, na terceira, da instrução, higiene, etc. É acompanhado dos quadros das derrotas, de pôrto a pôrto, de um mapa demonstrativo das despesas feitas, de um balancete da receita e despesa do cofre do navio, de um mapa demonstrativo dos sobressalentes adquiridos para o Depósito Naval e de um mapa demonstrativo da despesa real da viagem, a qual foi de 659:090$804. Acompanha o relatório, finalmente, uma carta geral com o traçado da derrota de toda a circunavegação.
Sobre essa viagem, assim escreveu o Almirante Alexandrino de Alencar, Ministro da Marinha, em seu relatório: “Nessa longa comissão realizada com todo o brilho e com o mais satisfatório resultado, coube a êsse navio, em trajeto de Honululu para Yokoama, realizar com muita habilidade o salvamento de 22 marujos japoneses que se achavam abandonados na ilha de Wakes, os quais foram por êle recolhidos e repatriados. Foi um fato vivamente apreciado pelo Govêrno Japonês, que distinguiu o comandante do Benjamim Constant com uma medalha de ouro”.
O então Primeiro Tenente Eugênio de Castro, oficial do Benjamim Constant, escreveu um interessante livro – Cruzeiros – Rio de Janeiro, 1913, redigido durante essa viagem. Gastão Penalva, pseudônimo do então Segundo Tenente Sebastiao Fernandes de Souza, incluiu, em vários dos seus livros e publicou no Jornal do Brasil, diversos capítulos e artigos relativos a aspectos e episódios dessa longa e felicíssima circunavegação.
Foram consideráveis, evidentemente, os resultados de cada uma dessas viagens, colhidos pelo país e pela Marinha de Guerra. Não podiam ser amiudadas, mas sômente possíveis a largos períodos. Quasi anualmente, no decurso de mais de meio século, os nossos navios de instrução frequentaram os mares dos hemisférios norte e sul, indo algumas vezes ao Indico e ao Pacifico, além das circunavegações ao globo.
Autoria: Didio Iratim Affonso da Costa *
Data: 01 de fevereiro de 1939
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(*) Almirante; técnico; explorador; historiador; poeta