Otávio Vieira da Cunha Filho
Otávio Vieira da Cunha Filho nasceu na cidade de Matias Barbosa – MG, no dia 13 de setembro de 1940, filho de Otávio Vieira da Cunha e Maria Aparecida.
Em meados de 1960 formou-se em química na Escola Técnica de Química Têxtil, no bairro de Jacarezinho, no Rio de Janeiro.
Aos 25 anos, quando ainda trabalhava como químico em uma indústria de tecidos, foi convidado por seu pai (que era caminhoneiro) a participar de um projeto de transporte, e, assim, ingressando no setor, em 1965, na cidade de João Monlevade – MG.
Em 1975 mudou-se para Belo Horizonte, onde cursou as faculdades de Administração e de Ciências Contábeis na PUC-MG, continuando sua atuação na área de transportes urbanos, como Diretor do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belo Horizonte – SETRA.
Posteriormente, em 1984, transferiu suas atividades empresariais para São Luís, no Maranhão, presidindo o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís – SET.
Atuou na NTU desde sua fundação, em 1987. O primeiro cargo ocupado por ele foi o de diretor tesoureiro, no qual permaneceu durante cinco anos, até ser eleito presidente, em 1993, sendo reeleito sucessivamente para o cargo até o ano de 2011, quando foi nomeado presidente executivo da entidade. À frente da NTU, teve uma trajetória marcada por grandes realizações e pela defesa da reestruturação do transporte coletivo urbano no Brasil: participou da criação e aprovação da Lei do Vale Transporte, em 1987; e da Comissão Especial, criada pela Presidência da República, para reduzir as tarifas e melhorar o serviço de transporte coletivo nas cidades brasileiras.


Diante das mais diferentes instâncias, Otávio era efetivamente reconhecido como a principal liderança do setor empresarial do transporte público urbano e metropolitano por ônibus, vocalizando insatisfações, reivindicações e proposições.
Em setembro de 2021, durante o Seminário Nacional NTU e da Lat.Bus Transpúblico — Feira Latino-Americana de Transporte 2021, foi anunciada a apresentação, pelo senador Antonio Anastasia, do novo projeto de lei visando modernizar a Política Nacional de Mobilidade Urbana do Brasil — uma propositura que se deve, em grande medida, ao empenho de Otávio Cunha.
Era membro do Conselho Diretor da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), a partir do biênio 1995-1997 até a data do seu falecimento, em 17 de fevereiro de 2022, participando da Comissão Especial criada pelo Governo Federal para reduzir as tarifas e melhorar o serviço de transporte coletivo. A ANTP destaca o papel que Otávio Cunha desempenhava em favor da implantação de um novo marco regulatório, e sua atuação no sentido de convencer integrantes do governo e do parlamento sobre a importância social do transporte urbano de passageiros.

Otávio teve sua trajetória marcada por realizações e pelo reconhecimento de seus pares: atuou como empresário de transporte urbano de passageiros por mais de 40 anos; teve atuação destacada como dirigente setorial, tendo exercido, antes da NTU, a função de diretor do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belo Horizonte (SETRA/BH); foi fundador e presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís (SET/São Luís – MA); participou de Comissão Especial, criada pela Presidência da República, para reduzir as tarifas e melhorar o serviço de transporte coletivo nas cidades brasileiras, entre tantas atividades de um legado de grande relevância para o transporte público coletivo.
Otávio foi um líder que despertava o respeito de seus pares pelas posições firmes e coerentes, defendidas com a tranquilidade de quem conhecia profundamente o setor que representava. Habilidoso, era conhecido pela capacidade de diálogo e convencimento, sempre com base no mérito de seus argumentos. Participou de diversos eventos na área de transportes urbanos, representando os empresários do setor, além de ter recebido diversas homenagens ao longo da sua vida profissional.
Otávio Cunha foi uma fonte de aprendizado e inspiração, havia sempre uma palavra amiga, um sorriso e um comentário perspicaz. Iniciou sua carreira representando uma nova geração, que veio depois de seu pai, e ressaltava a hora de vir uma outra geração para o setor.
Para os mais próximos, tinha o apelido de “Tavinho”, brincava que era o único químico do setor de transporte (mesmo que não tenha seguido a profissão em química). Extremamente dedicado a esposa Jurema, aos filhos Marcelo, Roberto e Paula, e aos cinco netos.
Pioneiro do transporte coletivo urbano no Brasil, Otávio Vieira da Cunha Filho faleceu no dia 17 de fevereiro de 2022, em Brasília, aos 81 anos.
Saiba mais sobre a história do transporte brasileiro: https://memoriadotransporte.org.br/acervo/