Um voo de 67 dias entre Lisboa e Recife

Um voo de 67 dias entre Lisboa e Recife (Pesquisa FAPESP).

Há 100 anos, dois aviadores portugueses inauguravam a navegação aérea com a primeira viagem entre Lisboa e Rio de Janeiro.

No dia 5 de junho de 1922, o capitão-tenente aviador Artur de Sacadura Freire Cabral (1881-1924), ao chegarem à capital de Pernambuco, ele e seu navegador, o capitão de mar e guerra Carlos Viegas Gago Coutinho (1869-1959), haviam completado a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Portugal e Brasil, depois de viajarem 8.383 quilômetros em 62h26min de voo, desde Lisboa, de onde partiram em 30 de março.

Segundo o físico Henrique Lins de Barros, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do Rio de Janeiro, e estudioso da vida e obra de Alberto Santos-Dumont (1872-1932), essa viagem marcou o início da navegação aérea, por causa de dois aparelhos inventados por Coutinho e usados na viagem – o sextante aéreo e o corretor de rumos. “Os dois aparelhos permitiram aos aviadores voar grandes distâncias sem referências terrestres”, ressalta Barros.

Autor: Carlos Fioravanti
Créditos Pesquisa FAPESP
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Relatório da viagem aérea


O Lusitânia decolando de Lisboa com a torre de Belém ao fundo


Cabral e Coutinho em trajes formais após a viagem


Santa Cruz, o terceiro hidroavião é colocado no mar, perto de Fernando de Noronha


O corretor de rumos usado para descontar o efeito do vento sobre a rota prevista


Sextante modelo Gago Coutinho do acervo do Museu Aeroespacial do Rio de Janeiro


O hidroavião Jahu com o qual quatro brasileiros atravessaram o Atlântico em 1927