Ano: 1731
Tropas e tropeiros
O aumento da produção aurífera e o povoamento das províncias do Sudeste, como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, alterou significativamente a economia da colônia. Demandou, também, um sistema mais eficiente de transporte de cargas, tanto dos minérios e pedras preciosas extraídos da região mineira, quanto de produtos para a sobrevivência e a comercialização.
Assim, a expansão das atividades comerciais e do fluxo demográfico nessa região fez nascer o hábito da utilização e comercialização das tropas de muares e de cavalos que, com o tempo, se traduziu em um novo modelo de transporte de cargas terrestre. A utilização dos animais para o transporte de cargas pelas regiões substituiu progressivamente os carregadores humanos, atividade basicamente desempenhada pelos escravos na colônia.
Historicamente, as províncias do Sul já estavam familiarizadas com a utilização e a comercialização de equinos e animais híbridos, e com a pecuária. Em consequência, boa parte das tropas utilizadas na região mais central da colônia era comprada de produtores do sul do território.
Províncias do Sul do Brasil, em detalhe do mapa “Brazil” (1844), de John Arrowsmith.
John Arrowsmith (1844) – David Rumsey Historical Map Collection. Domínio Público.
O Caminho das Tropas, também conhecido como Estrada das Tropas, Estrada Viamão-Sorocaba, Estrada Real, Caminho da Serra ou Estrada do Sertão, foi o trajeto pelo qual as tropas de animais comprados do Sul se deslocavam para as províncias do Sudeste (HERBERTS). A construção do Caminho remete a diferentes momentos, mas parece haver certo consenso quanto a 1731, ano em que o português Cristóvão Pereira de Abreu iniciou a abertura da rota. Um ano depois, ele conseguiu alcançar Curitiba (PR) desde Viamão, consolidando-se como o primeiro negociante a cruzar tal percurso (GIL, 2008, p. 25).
Abreu foi uma figura importante para a integração entre as províncias do Sul e outras regiões da Coroa. Dedicava-se a comercializar couros bovinos na Colônia do Sacramento (Uruguai) e, pela importância da atividade que exerceu em vida, estabeleceu relações sociais com figuras proeminentes de Buenos Aires (Argentina), Rio de Janeiro e Minas Gerais (ARQUIVO MUNICIPAL PONTE DE LIMA). Durante a década de 1720, passou a se interessar pelo transporte e comercialização de animais, por isso exerceria importante papel na abertura do Caminho das Tropas.
Antes de chegar ao traçado mais acabado do Caminho das Tropas, esta rota já estava em processo de abertura tempos antes da chegada de Abreu a Curitiba. Segundo Ana Lucia Herberts (2009), os antigos caminhos do Sul do Brasil remontam ao final do século XVII, com traçados diferentes e anteriores ao Caminho das Tropas.
O primeiro desses caminhos, utilizado para o comércio de animais, foi chamado de Caminho da Praia. De acordo com Ana Lucia, ele foi aberto no século XVII e seguia pela costa marítima, ligando a Colônia do Sacramento, no Uruguai, até Laguna (SC). Do porto desta região, chegava até as Capitanias do Rio de Janeiro e São Paulo por via marítima (HERBERTS, 2009, p. 123). Pelo litoral, explica a pesquisadora, o traçado do caminho era realizado cruzando o Chuí, o canal de Rio Grande e atravessando os Rios Tramandaí, Mampituba, Araranguá e Tubarão.
Existe outra versão desse roteiro, descrita por Nilson Thomé. Nela, o Caminho da Praia passava por Laguna e atingia São Francisco do Sul (SC), seguindo viagem até o porto de Saí ou pelas Três Barras, no fundo da Baía de Babitonga, em direção aos campos de Ambrósios, via Campo Alegre. Seguia, então, a direção oeste por uma trilha que acompanhava o trajeto do Rio da Vargem e o Iguaçu e, após atravessá-lo, seguia para Pinhais e Campos Gerais, no Paraná (THOMÉ, 2012, p. 13). Dessa forma, atingia-se Curitiba, a “meio caminho”, localidade a partir da qual já era conhecida a Estrada de Sorocaba, rota utilizada desde pelo menos 1704 (HERBERTS, 2009, p. 124).
Pela descrição desse caminho via litoral, que, posteriormente, daria forma ao traçado da BR-101, nota-se a dificuldade de encaminhar as tropas de animais até a província de São Paulo. “[…] Entre os morros e as praias, era penoso e quase impraticável de ser percorrido desde Laguna até a Babitonga, o que ensejou aos exploradores a abertura de um novo trecho entre Laguna e os Campos de Lages, pelo Araranguá, por volta de 1732, este que veio a ser conhecido como “Estrada dos Conventos” e, a seguir, outra estrada, de Lages até os mesmos Campos Gerais (no Paraná), pelo Planalto Catarinense” (THOMÉ, 2012, p. 13).
A construção do Caminho dos Conventos começou em 1728 e ficou a cargo do sargento-mor Francisco de Souza e Faria. O objetivo principal era que a rota fosse totalmente via terrestre, já que a navegação implicava muitas dificuldades para a carga e a descarga dos animais em embarcações, além de perigos como ataques de piratas e naufrágios.
O novo caminho ia desde Laguna, descendo até o Morro dos Conventos, motivo pelo qual a ele é atribuída tal denominação (THOMÉ, 2012, p. 14). Daí, seguia pelo vale do Rio Araranguá – um rio ao sul do atual estado de Santa Catarina, que nasce a partir da junção entre o Rio Mãe Luzia e o Rio Itoupava, já no município de Araranguá – e ultrapassava a Serra Geral, alcançando o Planalto Catarinense. Penetrava os Campos de Cima da Serra e seguia em direção aos campos naturais que se abriam até a Vila de Curitiba, tendo como destino Sorocaba (HERBERTS, 2009, p. 124). Nota-se que o caminho seguia um pedaço do caminho pelo litoral, adentrando a região interiorana para chegar até Curitiba e seguir para São Paulo.
A novidade do Caminho dos Conventos foi possibilitar a interligação entre o Caminho da Praia e a Estrada de Sorocaba, e entre Araranguá e Curitiba. Tratava-se de uma rota mais segura, via terrestre, entre São Paulo e a Colônia do Sacramento, de onde, segundo Thomé, provinham as tropas de bois, cavalos e muares.
Inicialmente, o principal fornecimento de gado para a região mineradora adveio do Nordeste (HERBERTS, 2009, p. 126). O deslocamento era feito ao longo de picadas que chegavam às Minas Gerais desde a Bahia. No entanto, o contrabando e o roubo dessas tropas fizeram com que a Coroa determinasse o fechamento de um dos principais caminhos de ligação entre as províncias do Nordeste e a região aurífera, o Caminho da Bahia (ver marco Estrada Real).
É preciso lembrar que, apesar da tradição sulista na pecuária e no emprego de animais de carga, equinos e muares, a utilização em pequena escala desses animais já podia ser identificada no Brasil Colônia desde o século XVI em outras regiões.
Em função da geografia acidentada entre as províncias de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além das inúmeras dificuldades de transposição da Serra do Mar, os muares, animais híbridos resistentes a longas jornadas e climas quentes, foram sendo paulatinamente demandados para tornar o transporte de cargas mais eficiente.
Abundantes na Região Sul, os animais híbridos foram introduzidos na América pelos espanhóis (THOMÉ, 2012, p. 23). Na região Andina, esses animais já eram amplamente utilizados como meios de transporte de cargas em substituição à mão de obra de indígenas escravizados durante a colonização. Com a decadência da produção de prata nas minas de Potosí, grande parte desses rebanhos foi encaminhada para o Sudeste, alcançando as regiões da planície e do chaco, no Paraguai.
Essas tropas chegaram às regiões povoadas pelas chamadas reduções jesuíticas, que existiam tanto no Paraguai, como na Argentina e no sul do Brasil. Aqui, elas ficaram conhecidas como “Sete Povos das Missões”. Algumas dessas Missões, como São Nicolau, São Borja e São Luiz Gonzaga, ficavam na fronteira entre Rio Grande do Sul e a atual Argentina, quase às margens do Rio Uruguai.
Os jesuítas que ocuparam as Missões ao sul do Brasil foram responsáveis por abrir um caminho que, posteriormente, seria utilizado pelos tropeiros para encaminhar os animais até a Estrada das Tropas. Esse trajeto ficaria conhecido como Caminho ou Estrada das Missões e partia dos campos de São Borja, seguia por Santo Ângelo, Palmeira das Missões, Rodeio, Chapecó, Xanxerê, Palmas, onde se bifurcava por União da Vitória e Palmeira, e por Guarapuava, Imbituva e Ponta Grossa. Ou seja, traçava uma rota diferente entre a região dos Sete Povos das Missões até o Paraná.
Atualmente, o Caminho das Missões se converteu em um roteiro turístico, aos moldes do Caminho de Santiago de Compostela. Com a realização de caminhadas, é possível atingir antigas localidades de missões no Paraguai, Argentina e Brasil. Em terras brasileiras, as opções de roteiros propõem o trajeto de 72 km a 338 km, em viagens que podem durar de dois até 14 dias.
Esse trajeto é aproximadamente o mesmo que ligavam as reduções. Nele, existem inúmeras casas com pedras retiradas das ruínas, moinhos missioneiros, casas centenárias, pedreira missioneira (local onde retiravam as pedras para construir parte da igreja de São Miguel) etc. (ROTA MISSÕES, s/d). No percurso, estão três Patrimônios Nacionais, os sítios arqueológicos de São Nicolau (no município de São Nicolau), São Lourenço (em São Luiz Gonzaga) e São João Batista (em Entre-Ijuís), e um Patrimônio Cultural da Humanidade, São Miguel Arcanjo, no município de São Miguel das Missões.
Durante o século XIX, o Caminho das Missões foi substituindo, paulatinamente, o Caminho entre Viamão e Lages, rota importante das tropas que vinham desde Sacramento. De acordo com Herberts, os animais vindos do sul não mais usariam os campos de Lages para atingir o Caminho das Tripas, mas utilizariam a rota das Missões, mais a oeste, o que encurtava e facilitava o percurso (HERBERTS, 2009, p. 485). O Caminho das Missões é um dos trajetos que compõem as rotas percorridas pelos tropeiros e comerciantes de animais no Brasil Colônia.
Voltando à história do Caminho dos Conventos, o pesquisador Nilson Thomé recupera documentos que comprovam que os habitantes da Ilha de Santa Catarina e de Laguna foram contrários à abertura dessa via de comunicação, alegando que ela seria prejudicial ao comércio e desenvolvimento das duas povoações. Porém, relatos da época escritos por Padre Diogo Soares e citados por Thomé revelam que os grupos contrários à abertura do caminho eram homens criminosos que se retiraram para aquelas regiões a fim de viver sem “temor da justiça” (THOMÉ, 2012, p. 14).
[…] a esse projeto de abertura, é sabido, sempre fizeram tenaz oposição “vários moradores das vilas de Santos, Paranaguá e Curitiba e da mesma sorte os da vila de Laguna em Santa Catarina, estes porque vivendo retirados ou por crimes ou por outros iguais motivos como régulos e sem obediência nem temor algum da justiça, receosos de que com a abertura do caminho perderiam as suas liberdades, e aqueles porque, sendo senhores de algumas limitadas fazendas que há nos campos de Curitiba, temiam o ficar com muito menos valor […] (EHLKE, 1973, p. 140, citado em THOMÉ, 2012, p. 14).
Mapa 1 – Reprodução de mapa da Região Sul do Brasil, com menções aos caminhos de tropeiros
Reproduzido de THOMÉ, 2012, p. 15. Fonte: BARROSO, Vera Lucia Maciel et al. Bom Jesus e o tropeirismo no Cone Sul. Porto Alegre: EST, 2000.
Com o tempo e a necessidade de se encurtarem as distâncias de viagem entre o sul e o interior da província de São Paulo, o Caminho dos Conventos foi sendo pouco a pouco abandonado. A solução para esse problema foi a construção de uma nova rota, o Caminho das Tropas, concluído pelo já citado coronel português Cristóvão Pereira de Abreu, em 1731.
O novo traçado alterava o roteiro do litoral dos atuais estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, propondo um caminho pelo interior e ambos os estados, atravessando Santa Catarina e o Paraná pelo planalto.
O Arquivo Municipal de Ponte de Lima, de onde Abreu é natural, recupera a trajetória do comerciante de tropas. Em sua narrativa, informa que a decisão da construção do Caminho das Tropas foi do então governador de São Paulo, Antonio da Silva Caldeira Pimentel, e que o empreendimento começou em 1728, justamente com a construção do Caminho dos Conventos por Francisco de Souza Faria.
A diferença entre a antiga e a nova rota era que Abreu lograra estabelecer uma ligação mais curta entre Sacramento e São Paulo, também designada na época por Real Caminho de Viamão. O mesmo que seria, posteriormente, substituído pelo Caminho das Missões.
“Estávamos na transição da década de vinte para a década de trinta, quando este limiano, desbravando terras e construindo pontes, cria um trilho que garantia um fluxo constante e regular do gado cavalar, muar e vacum entre a região do Rio Grande do Sul e S. Paulo. Habitualmente designado como ‘caminho tropeiro’, esta ligação contribuirá para a integração geográfica e económica daqueles territórios coloniais, alimentando as feiras de Sorocaba e, dessa forma, satisfazendo a necessidade de gado, para o trabalho e para o transporte, dos produtores de cana-de-açúcar e dos mineiros do Sudeste Brasileiro. Correlacionado com a exploração do ouro, este roteiro comercial originará a formação de núcleos populacionais, como Santo António da Patrulha, São Francisco de Paula e Nossa Senhora da Oliveira da Vacaria, que se afirmam em detrimento de Laguna” (ARQUIVO MUNICIPAL PONTE DE LIMA).
Com aproximadamente 1.500 km de extensão, o Caminho ou Estrada das Tropas permitiu que os tropeiros vindos do Sul, nas mediações de Palmares, adentrassem os Campos de Viamão. Conforme explica Herberts, desse ponto seguiam na direção do Rio Rolante, afluente do Sinos, para, em seguida, alcançarem os Campos de Cima da Serra. Desse ponto, atravessavam o Rio Pelotas, chegando aos Campos de Lages e, finalmente, Campos de Curitiba, de onde seguiam até Sorocaba (HERBERTS, 2009, p. 125).
O caminho passa por localidades que foram positivamente afetadas pela comercialização das tropas de animais e a integração interna na colônia. Com o tempo, as rotas dos tropeiros foram se transformando em vilas e cidades. Atualmente, o mapa da Estrada das Tropas abarca cidades como as já citadas Viamão e Vicária, no Rio Grande do Sul; Lages, em Santa Catarina; Rio Negro, Ponta Grossa, Castro, no Paraná, além de Sorocaba e São Paulo.
A criação de estradas e rotas oficiais era uma forma de a Coroa garantir o recolhimento de impostos sobre a comercialização dos animais. Conforme relatado no marco Tropas e Tropeiros, durante a expansão da atividade aurífera e do consequente aumento da demanda por muares e equinos, as tropas que seguiam do Sul até São Paulo deviam trafegar por estradas controladas pelos “registros”. Eram postos de parada e fiscalização das tropas, dos animais e tropeiros que viajavam pelas rotas, a fim de evitar a evasão e o contrabando de gado, cavalos e muares.
Um dos principais registros do Brasil Colônia encontrava-se justamente em Curitiba, passagem obrigatória dos comerciantes de animais. Tiago Luis Gil salienta que, logo nos primeiros anos de existência do Caminho das Tropas, mais precisamente entre janeiro de 1734 e setembro de 1747, houve registro na Real Fazenda de ganhos significativos em impostos recolhidos sobre o deslocamento e a comercialização dos animais. Por intermédio de listagens e descrições das tropas de animais foi possível identificar, por exemplo, a passagem de 9.502 cabeças de gado no Registro de Curitiba em 1751 (GIL, s/d).
Também já operavam, em meados do século XVIII, os Registros de Viamão e de Sorocaba. Este último foi instituído em 1750 e representou a importância da localidade nas feiras e pontos de comercialização dos animais de carga. Tais dados nos revelam a dimensão da complexidade e diversidade das atividades econômicas exercidas na colônia, que vão muito além dos conhecidos ciclos econômicos ensinados nos manuais tradicionais de história.
Localização dos caminhos abertos no Brasil Meridional nos séculos XVIII e XIX.
Fonte: Roderjan (1995, p. 27). Reproduzido de: HERBERTS, 2009, p. 125.
A viagem inaugural do Caminho das Tropas foi realizada por Cristóvão de Abreu, que partiu da Colônia do Sacramento em 1731, conduzindo uma tropa de 800 cavalgaduras com aproximadamente 60 pessoas (HERBERTS, 2009, p. 127). A viagem durou 13 meses, chegando à Vila de Curitiba, seu destino final, e, de lá, seguindo para São Paulo por caminho já conhecido.
Durante a expedição, os homens da tropa foram verificando e abrindo o caminho. Entre idas e vindas à Colônia do Sacramento, além da junção de seus animais e homens com outras tropas que encontravam pelo caminho, Abreu descreveu algumas de suas dificuldades e jornadas em cartas endereçadas a Antonio da Silva Caldeira, além de fornecer subsídios para crermos que os jesuítas também eram criadores de gado. Abreu informa, em seus registros, que os missionários teriam aberto caminho que ligava à região de Vacaria dos Pinhais (RS), nos Campos de Cima da Serra, o que ficou conhecido como o Caminho das Missões (HERBERTS, 2009, p. 130).
Ao fim da viagem, Abreu chegou a Curitiba com uma tropa total de, aproximadamente, 3 mil cavalos e 130 pessoas. Ao longo do caminho, cujo trajeto concluiu em 13 meses, mas que em viagens normais deveria demorar apenas um, promoveu infraestruturas e melhorias, como estivas, canoas para travessia de rios, além de mais de 300 pontes (Idem, ibidem).
A utilização do Caminho das Tropas de forma intensa perdurou até o século XIX, quando a decadência do ouro fez cair o movimento de tropas do sul até as províncias mais centrais da colônia. Além disso, nos oitocentos, surgiria um novo momento econômico com a produção cafeeira, que estimularia a abertura de novas estradas e a instalação das primeiras ferrovias.
A história desses caminhos encontra-se intimamente relacionada com a ampliação da atividade aurífera nas regiões centrais da colônia, principalmente nas Gerais e, em consequência, com a demanda por transportes mais eficientes, a comercialização e o emprego de animais de cargas.
Em meados do século XVIII, o Caminho das Tropas favoreceu a interligação de regiões da colônia, reduzindo a distância entre elas, e promoveu o desenvolvimento de vilas ainda pouco povoadas. Fez crescer atividades econômicas como o comércio de animais e deu impulso ao surgimento de um novo tipo de transporte terrestre de carga, o tropeirismo.
A construção de novos caminhos provocou a expansão geográfica e econômica do Sul e do Sudeste, dando origem a histórias e identidades regionais fundadas na atividade dos tropeiros, pecuaristas e comerciantes de animais.
Referências Bibliográficas:
ARQUIVO MUNICIPAL PONTE DE LIMA. Cristóvão Pereira de Abreu (1678-1755).
GIL, Tiago Luis. “Caminho das Tropas”. In: BiblioAtlas – Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa.
Coisas do caminho: crédito, confiança e informação na economia do comércio de gado entre Viamão e Sorocaba (1780-1810). Brasília: Ed. UnB, 2008.
GOULART, José Alípio. Tropas e tropeiros na formação do Brasil. Conquista, 1961.
HERBERTS, Ana Lucia. Arqueologia do caminho das tropas: estudo das estruturas viárias remanescentes entre os rios Pelotas e Canoas, SC. 2009. 540 f. Tese (Doutorado em História) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.
THOMÉ, Nilson. Caminhos de tropeiros nos séculos XVIII e XIX como fatores pioneiros de desbravamento do Contestado. DRd-Desenvolvimento Regional em debate, v. 2, n. 1, p. 5-30, 2012.